sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Conheçam um pouquinho do novo prólogo de Paganus. =)

(...)Dom Fernando, já ordenado Bispo, estava presente e se sentava com o irmão enquanto bebiam o vinho. Analisava os olhos do irmão, enquanto olhava para o filho que, feliz, dançava e cortejava as garotas.
- Por que não o manda para o seminário? Sabes que seria uma boa forma de fazê-lo mais obediente. Muitas famílias mandam os rapazes que são mais apegados às artes e à música, para que arrefeçam os ânimos... – Fernando observava o sobrinho.
- Carlota quer transformar um de meus filhos em uma rapariga e tu queres colocá-lo em uma batina. – Mário balançou a cabeça - Diogo já é fraco demais para meus padrões, se eu afrouxar as rédeas...
- Eugênia apreciaria. – Dom Fernando argumentou.
- Eugênia está morta. – Mário falou seco e se levantou dando a conversa por encerrada. O nome da mulher sempre o fazia se lembrar de que um dia também foi fraco.
- Tens certeza de que vais conseguir domar Diogo? Ele gosta é dos bailes da corte, das raparigas que o cercam... e vive dos mimos de Carlota. – O bispo fez uma careta. – Como pode um homem tornar-se forte assim? Não age junto de ti, como Douglas... que segue teus passos com perfeição. – ele olhou para Douglas que bebia com os soldados em um dos cantos do salão.
- Ele vai se corrigir, Fernando. Tens minha palavra. – Mário respirou fundo. Fazia 10 anos que Eugênia falecera, mas o vazio que deixou na alma dele, ainda continuava lá. - Ainda precisam de um Dom para a Vila dos Canetos? – ele se virou abruptamente e encarou o irmão.
- Bem... – Dom Fernando o olhou confuso. Existia a necessidade de um braço forte na província de Trás-os-Montes, a caça aos hereges pagãos era necessária e urgente, mas o irmão dissera meses antes que não estava interessado. – Sim, mas tu disseste...
- Esqueças o que eu disse antes. Dá-me o título, as terras, os homens e as armas e limparei aquela província em nome de Deus. – os olhos negros de Mário brilharam. – E quem sabe fortaleço Diogo fazendo-o caçar esses hereges. Agir como homem.
- Acreditas que Carlota o deixará partir? – Dom Fernando sorriu.
- Ela não manda em nada. – foi a resposta seca de Mário. – Está decidido.
(...)

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